Ir para o conteúdoIr para a navegaçãoIr para o rodapé
logo
Acesso Rápido
Acesso à InformaçãoComunicaçãoConcursos e SeleçõesLocalização e ContatosOuvidoria
 Entrar
Universidade Federal do Tocantins
Logo UFTUniversidade Federal do Tocantins
    Todo o conteúdo deste site está publicado sob a licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 3.0
    Notícias
    Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ inspira reflexões e resistência na UFT
    DIVERSIDADE

    Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ inspira reflexões e resistência na UFT

    Comunidade acadêmica compartilha experiências marcadas por resistência e afirmação de identidade no ambiente universitário

    Por  Fabiana Araújo | Revisão: Samuel Lima  | Publicado em 17/06/2025 - 19:17  | Atualizado em 01/07/2025 - 02:08
    Compartilhe:

    Junho é o mês em que celebramos o amor livre de preconceitos. É nesse período que ocorre o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, uma data de grande relevância histórica e social. A celebração tem origem na rebelião de Stonewall, em 1969, marco da luta por direitos civis da comunidade LGBTQIAPN+. Desde então, manifestações e movimentos se multiplicaram ao redor do mundo, inclusive no Brasil, reforçando a importância da visibilidade, do respeito e da igualdade.

    No entanto, é importante destacar que as repressões arbitrárias, muitas vezes violentas, ainda persistem. O dia 28 de junho é uma oportunidade essencial para refletir sobre os avanços conquistados e os desafios que permanecem na luta pelos direitos da população LGBTQIAPN+ e pela valorização da diversidade.

    Atenta a essas lutas, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) orgulha-se de ser uma instituição que apoia a inclusão, a diversidade e o respeito à vida, oferecendo uma educação inovadora e de qualidade. Além disso, trabalha constantemente para que toda a comunidade acadêmica se sinta acolhida e representada.

    A afirmação da identidade pessoal e coletiva

    Para aprofundar a reflexão sobre essa importante data, convidamos o professor doutor Marco Túlio Pena Câmara, que compartilha sua visão sobre o significado do Dia do Orgulho LGBTQIA+ e os desafios que a comunidade ainda enfrenta dentro e fora da universidade.

    De acordo com o professor Marco Túlio, o processo de reconhecimento e aceitação da sexualidade é subjetivo e ocorre em momentos distintos da vida: para alguns, na juventude; para outros, em fases mais tardias, como foi o seu caso. Essa trajetória é atravessada por experiências críticas no seio familiar e no convívio social.

    Embora considere o ambiente universitário acolhedor e diverso, o docente ressalta que ainda há barreiras significativas. “Tivemos o caso de uma professora que se referiu a nós, professores gays e bissexuais, como ‘sensíveis demais’, o que desqualifica nossa capacidade de lidar com situações adversas. Além disso, há uma exposição constante de nossas vidas pessoais, com comentários sobre encontros e relacionamentos, algo que raramente ocorre com heterossexuais”, relatou.

    Para ele, a celebração do Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ representa a valorização da diversidade e da inclusão, rompendo com as expectativas impostas pela sociedade.

    “O Dia do Orgulho representa libertação e liberdade. Libertação das amarras das expectativas alheias. Não cumpri o que minha família esperava de mim, nem o que a sociedade queria que eu fosse. Mas superei as minhas próprias expectativas, tanto na profissão quanto nos relacionamentos, encontrando certezas eternas em momentos de dúvida e incerteza. Foi assim que conquistei a liberdade de ser quem sou. É preciso muita coragem para assumir a própria identidade, e o Dia do Orgulho reafirma isso: precisamos ter orgulho de sermos quem somos”, destacou.

    Outro relato que reforça a importância da data é o da professora Rubra Pereira de Araújo, do curso de Letras da UFT em Porto Nacional. Ela enfatiza seu posicionamento como mulher trans e relata os inúmeros desafios enfrentados em razão de sua identidade de gênero.

    “Enfrentei muitos desafios e precisei me autoafirmar todos os dias como uma mulher trans construída socioculturalmente. No meio acadêmico, tanto entre professores quanto entre estudantes, encontrei bastante resistência, inclusive por parte da gestão da universidade. Tive dificuldades para que fossem respeitadas, inicialmente, as portarias com meu nome social e, mais recentemente, o uso do meu nome civil retificado. Enfrentei olhares julgadores, sanções veladas, silenciamentos e apagamentos impostos cotidianamente, além da indiferença diante da minha existência, o que contribui para a desvalorização da minha história. Esses enfrentamentos, portanto, permanecem constantes e diários”, relatou.

    A visão dos estudantes da instituição reforça essa perspectiva. Para Guilherme Mesquita, estudante negro do curso de Jornalismo da UFT, os desafios vão além das críticas externas e envolvem também conflitos internos relacionados às suas escolhas e à constante necessidade de afirmação.

    “Dentro do ambiente universitário, eu luto comigo mesmo para provar que sou suficiente, mesmo diante dos julgamentos. Ser um estudante gay na UFT não é o problema, há muitas pessoas LGBTQIAPN+ aqui. Mas a violência racial acontece, porque é uma universidade com muita gente branca, muitas pessoas sem noção da cultura preta, sem conhecimento. Esses são alguns dos problemas: a voz preta fala, mas não é ouvida, em momento algum. Para mim, estar aqui representa que ainda estou vivo e sendo ouvido, e nós sabemos a situação atual no Brasil, com os inúmeros relatos de crimes por homofobia. Ter um dia para se orgulhar de quem somos é muito importante. É gratificante olhar no espelho e ver pessoas como nós, se reconhecer e ter orgulho da própria identidade”, finaliza.

    A celebração do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ na UFT reafirma o compromisso com a promoção da diversidade, o respeito às diferenças e a construção de um ambiente acadêmico mais inclusivo e acolhedor para todos. Mais do que uma data no calendário, essa luta é contínua e necessária para garantir direitos, dignidade e visibilidade à comunidade LGBTQIA+. A universidade e toda a comunidade acadêmica seguem na vanguarda desse movimento, inspirando mudanças que ultrapassam os muros da instituição e refletem na sociedade como um todo.

    Leia mais

    UFT realiza primeira retificação de nome civil em diplomas e anuncia isenção de taxa para pessoas trans
    UFT realiza primeira retificação de nome civil em diplomas e anuncia isenção de taxa para pessoas trans
    Wednesday, 25 de September de 2024

    UFT forma a primeira mulher trans doutora em educação
    UFT forma a primeira mulher trans doutora em educação
    Monday, 09 de June de 2025

    Meu nome importa! Saiba como reconhecer o nome social pela UFT
    Meu nome importa! Saiba como reconhecer o nome social pela UFT
    Monday, 13 de May de 2024

    Páginas viradas: a história de Rubra, uma professora transgênero na UFT
    Páginas viradas: a história de Rubra, uma professora transgênero na UFT
    Monday, 01 de April de 2024


    Tags:  Palmas,  Reitoria,  Miracema,  Arraias,  Gurupi,  Porto Nacional,  Home,  Vice-reitoria,  Sucom,  Jornalismo,  PPGCom.  
    Compartilhe:

    Atenção!

    Esse site utiliza cookies

    Esse site faz uso de cookies

    CÂMPUS
    CURSOS
    GESTÃO
    Redes Sociais

    Universidade Federal do Tocantins

    Todo conteúdo do site está publicado sob a licença Creative Commons - 1.1.49.