Esse site utiliza cookies
Professoras da UFT apresentam trabalhos sobre resistência, educação e inovação social na CLACSO 2025
Três professoras do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus de Arraias — Elisabete da Silveira Ribeiro, Lenilda Damasceno Perpétuo e Aline Fagner de Carvalho e Costa — participaram da X Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais (CLACSO 2025), realizada entre os dias 9 e 13 de junho, em Bogotá, na Colômbia. Com o tema “Horizontes e transformações para a igualdade: Democracias, resistências, comunidades, direitos e paz”, o evento reuniu pesquisadores de diversos países para debater desafios comuns na América Latina e no Caribe.
Segundo Elisabete Ribeiro, a conferência foi uma oportunidade valiosa de atualização e troca com grandes nomes das chamadas “teorias do Sul”. Para ela, o encontro renova a esperança por uma educação mais significativa e humanitária, além de abrir espaço para novas reflexões a partir das pesquisas desenvolvidas na universidade.
A professora Lenilda Perpétuo destacou a relevância da CLACSO para a produção acadêmica brasileira, ressaltando que eventos como esse ampliam as fronteiras do conhecimento e promovem o intercâmbio com pesquisadores latino-americanos. “Compartilhamos desafios que só conseguimos enfrentar com diálogo, ciência e compromisso social”, afirmou.
Para Aline Fagner, eventos como esse ampliam a visão crítica e aproximam realidades da América Latina e do Caribe. “É fundamental nos mostrarmos ao mundo, compreendermos nossas semelhanças e contribuirmos com transformações que promovam a emancipação social”, afirmou.
Pesquisas apresentadas
As professoras apresentaram três trabalhos durante a conferência, todos ligados a contextos sociais específicos da região sul do Tocantins:
“Mulheres universitárias, jovens, negras e com deficiência: narrativas de resistência” — de autoria da professora Elisabete da Silveira Ribeiro. O estudo é um recorte de uma pesquisa maior e parte do lema “Nada sobre nós sem nós”, utilizado por movimentos de pessoas com deficiência na África do Sul nos anos 1980. A pesquisa foi construída com base nas narrativas autobiográficas de três mulheres universitárias, jovens, negras e com deficiência, que participaram de um seminário de formação na UFT, câmpus de Arraias.
“Asas do Saber: alfabetização de jovens, adultos e idosos em privação de liberdade no sistema penal de Arraias-TO” — de autoria da professora Lenilda Damasceno Perpétuo. O projeto é fruto de uma ação de extensão da UFT em parceria com a Unidade Penal de Arraias e atende 14 detentos com idades entre 23 e 60 anos. A iniciativa promove a alfabetização de pessoas em situação de privação de liberdade e, simultaneamente, contribui para a formação de futuros pedagogos, com foco na Educação Popular e na Educação de Jovens e Adultos.
“Projeto de Inovação Pedagógica Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Ciências Sociais e Educação (PIP LEPECSE): assuntos e objetos socioculturais no contexto de Arraias-TO e região” — de autoria da professora Aline Fagner de Carvalho e Costa. O projeto integra ensino, pesquisa e extensão por meio de metodologias inspiradas na sociologia e na antropologia. Desenvolvido no Laboratório LEPECSE, o trabalho analisa o cotidiano e os contextos socioculturais vividos por estudantes de Pedagogia, especialmente em comunidades tradicionais, como os quilombolas da região. O projeto foi reconhecido com o Prêmio Inova UFT 2024, o que viabilizou sua apresentação na conferência.
A participação das professoras fortalece a troca de experiências entre países e contribui para a internacionalização da UFT, ampliando seu alcance nas áreas de formação, pesquisa e extensão.