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Entre Tradição e Técnica: Vanda Xerente defende TCC sobre o papel dos brigadistas na preservação do Cerrado
Na tarde do dia 25 de outubro de 2024, foi realizada a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Os Brigadistas Xerente: Território, Manejo e Prevenção Integrada do Fogo (Tocantínia-TO)” pela aluna Vanda Sibakadi Gomes da Silva Xerente, no Câmpus de Miracema da Universidade Federal do Tocantins (UFT). O trabalho foi orientado pela professora Rosemary Negreiros e teve como membros da banca examinadora a professora Ingrid Karla da Nóbrega Beserra e a professora Edith Smikidi da Mata de Brito.
O trabalho de Vanda Xerente teve como principal objetivo investigar a integração dos conhecimentos tradicionais do povo Xerente com práticas técnicas de combate ao fogo, abordando a importância desses saberes no manejo e na prevenção de incêndios no território indígena de Tocantínia. A pesquisa buscou identificar como os brigadistas indígenas atuam tanto na proteção de suas terras quanto na preservação do bioma Cerrado, valorizando práticas de reflorestamento e manutenção ecológica. Além disso, o estudo visou evidenciar o papel essencial desses brigadistas na defesa de seu território, promovendo políticas de preservação ambiental e dando visibilidade às atividades de prevenção e combate ao fogo, fundamentais para o equilíbrio socioambiental da região.
Com o objetivo de valorizar a trajetória e as práticas dos brigadistas indígenas no combate e prevenção de incêndios, Vanda destacou a importância desse trabalho para a visibilidade e reconhecimento da dedicação desses profissionais. Ivonisio da Cruz Carvalho, chefe de esquadrão dos Xerentes do PrevFogo Ibama, ressaltou o valor do TCC da aluna ao dar voz ao amor e empenho que os brigadistas investem no cuidado com o Cerrado e suas comunidades. Ele enfatizou: "Enquanto muitos dormem, nós estamos trabalhando para cuidar do povo. Os combates aos incêndios são mais noturnos. As prevenções são mais diurnas."
Para a aluna Vanda, este momento representa a superação e a concretização de um sonho: "Na idade em que estou, 57 anos, não é para qualquer pessoa. E, por ser uma mulher indígena, esse momento foi tudo! Além disso, já sou técnica de enfermagem e mais essa formação será de suma importância para o meu povo."
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