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UFT lança primeira graduação em Turismo Patrimonial e Socioambiental em São Félix do Tocantins
No dia 7 de agosto, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizou um marco histórico para o ensino superior no estado: o lançamento da primeira graduação em Turismo Patrimonial e Socioambiental. A oferta, em chamada especial, acontece no município de São Félix do Tocantins, conhecido nacionalmente por suas belezas naturais e pelo potencial turístico no coração do Jalapão.
A iniciativa foi viabilizada por meio de parceria entre a UFT e o Governo do Estado do Tocantins, mediada pela Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto). Além disso, o município de São Félix do Tocantins firmou convênio com a UFT, garantindo apoio local e fortalecendo a execução do curso.
Formação voltada para o Jalapão
Vinculado ao Câmpus de Arraias, o projeto é fruto de uma proposta inovadora que leva o ensino universitário para além das sedes tradicionais, aproximando a formação profissional de comunidades estratégicas para o desenvolvimento regional. A aula magna foi ministrada pela geógrafa e pesquisadora Maria Antônia Valadares de Souza, com o tema Áreas protegidas, turismo e conflitos ambientais: o caso do Parque Estadual do Jalapão.
Participaram do evento o superintendente de Comunicação da UFT, Kleber Abreu, representando o reitor; a secretária executiva de Turismo do Tocantins, Jocélia Costa; e o prefeito de São Félix, Gercimar da Silva Xavier. Durante as falas, foi destacado o caráter inédito da iniciativa e seu potencial para transformar o cenário turístico local.
Para Kleber Abreu, a graduação representa um passo importante para a interiorização e inovação da universidade. Já o prefeito Gercimar classificou o curso como “um patrimônio para o município”, reforçando o alinhamento com investimentos em infraestrutura, como pavimentação e melhoria de acesso, que devem impulsionar o turismo na região.
A primeira turma conta com 40 estudantes, selecionados por análise curricular. As aulas seguem o formato híbrido — 60% presenciais e 40% a distância — e reúnem tanto profissionais que já atuam no turismo quanto pessoas em busca de qualificação para ingressar na área.
Expectativas dos alunos
Entre os estudantes está José Paulo Bandinha, secretário municipal de Turismo, que vê na formação uma oportunidade de capacitar moradores para atender às demandas crescentes do setor. “O turismo no Jalapão está em expansão, e precisamos de gente qualificada. Esse curso vai gerar profissionais preparados para atuar no setor público, privado e como empreendedores”, afirmou.
Outro exemplo é Petrônio Batista Ribeiro, ex-vigilante que se tornou empreendedor no segmento de rafting. Ele acredita que a graduação vai ampliar a visão sobre o turismo socioambiental e fortalecer iniciativas já existentes: “A região é promissora, um dos roteiros mais procurados do Brasil. Estar preparado é fundamental para receber bem e de forma sustentável”.
A quilombola Ana Gercina Iber Silva, da comunidade do povoado Prata, também celebra a chegada da universidade à cidade. “Era um sonho antigo. Antes, para estudar, teríamos que ir para Arraias. Agora, a UFT trouxe o curso até nós, e isso vai qualificar a população e valorizar as comunidades tradicionais”, disse.
Modelo inovador e replicável
De acordo com a professora Edilene Pequeno, a proposta nasceu de reflexões internas sobre novas formas de atuação acadêmica e de experiências já consolidadas em estados como Pará e Amazonas. A coordenadora, professora Ana Cláudia Sampaio, acrescenta que a iniciativa funciona como um projeto-piloto, com potencial para ser replicado em outros municípios tocantinenses. “A universidade precisa estar presente em locais de difícil acesso. É um modelo desafiador, mas totalmente possível”, destacou.
Com a nova graduação, a UFT reforça seu compromisso de contribuir para o desenvolvimento sustentável e a valorização cultural do Jalapão, formando profissionais capazes de aliar preservação ambiental, fortalecimento comunitário e excelência no atendimento ao visitante.