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Projeto “Quem quer ser uma paleontóloga?” quebra estereótipos e incentiva carreiras científicas
O projeto “Quem quer ser uma paleontóloga?” é uma iniciativa desenvolvido pela professora Etiene Fabbrin Pires Oliveira, do Câmpus de Porto Nacional, e tem como objetivo desmistificar a imagem tradicional de cientistas e incentivar a participação feminina na ciência. O projeto ganhou destaque na promoção de uma maior diversidade no campo da paleontologia.
Etiene conta que a ideia para o projeto surgiu a partir da observação da concepção preconceituosa sobre quem faz ciência. Quando questionadas sobre como imaginam um cientista, a maioria das crianças e adolescentes descreve um homem branco e idoso. “Queríamos quebrar esse estereótipo mostrando que cientistas também são mulheres e que as mulheres podem ocupar espaços importantes na ciência”, explica a professora. O projeto visa, portanto, não só desafiar esses estereótipos, mas também estimular meninas e mulheres a se interessarem pelas carreiras científicas.
O projeto contou com uma equipe diversificada composta por estudantes de pós-graduação e graduação, egressos, servidores do Naturatins e membros da comunidade de Bielândia. A equipe foi fundamental na realização das atividades e na interação com o público-alvo, explicou Etiene.
Desenvolvimento
Para o projeto, foram selecionadas oito escolas públicas dos municípios de Filadélfia, Barra do Ouro e Babaçulândia para participar do projeto. Essas localidades foram escolhidas devido à sua proximidade com o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins (Monaf) e pela ocorrência de afloramentos fossilíferos nas regiões circunvizinhas. Entre agosto de 2023 e março de 2024, três expedições de campo foram realizadas na região do Monaf, com base no alojamento gerido pelo Naturatins em Bielândia.
As atividades nas escolas seguiram uma dinâmica consistente, que incluíram: roda de conversa, para aproximar os alunos das pesquisadoras, foram feitas provocações sobre a imagem tradicional de um cientista, permitindo que os alunos interagissem e refletissem sobre estereótipos. Na palestra, utilizando um data show, foram apresentadas informações sobre tipos de fósseis, o processo de fossilização e os principais fósseis do Tocantins. Na mostra de Fósseis, os alunos tiveram a oportunidade de ver e manusear fósseis selecionados, proporcionando uma experiência prática e direta com o material paleontológico. Entrega de Produtos de Extensão, foram entregues materiais didáticos para as gestoras das escolas participantes.
No total, participaram das atividades 753 estudantes e 45 professores, abrangendo turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º anos do ensino médio.
Impacto
Os alunos receberam as atividades com muito entusiasmo. Muitos, mesmo vivendo na área de influência do Monaf, desconheciam o monumento e a importância dos fósseis. As avaliações realizadas pelas gestoras das unidades escolares e pela equipe do projeto revelaram um impacto positivo significativo. A interação com as pesquisadoras e a apresentação dos fósseis despertaram interesse e curiosidade entre os estudantes.
Além disso, as avaliações mostraram que as atividades contribuíram para a democratização do conhecimento e para a popularização da ciência. Os professores notaram um auxílio didático valioso para as aulas de ciências e biologia, e houve uma solicitação por parte de outras escolas para atividades similares.
Além disso, o projeto desempenhou um papel crucial na divulgação da paleontologia, especialmente nas escolas situadas em áreas próximas a importantes sítios fossilíferos. A colaboração com o Naturatins e os moradores de Bielândia também fortaleceu a parceria entre a Universidade e a comunidade local.
Embora o projeto tenha terminado em março de 2024, com a entrega dos produtos de extensão às escolas, sua contribuição para a popularização da ciência e o incentivo à participação feminina na ciência permanece. A experiência também revelou a importância de continuar com iniciativas que promovam a inclusão e o reconhecimento da diversidade no campo científico.
A professora Etiene e sua equipe demonstraram que a ciência pode e deve ser acessível a todos, e que a quebra de estereótipos é essencial para o avanço e enriquecimento das carreiras científicas.