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Estudantes indígenas de Tocantínia participam de vivência formativa em edição especial da V Mostra de Morfologia da UFT
Em uma manhã marcada pelo diálogo entre conhecimentos tradicionais e científicos, a equipe da V Mostra de Morfologia da Universidade Federal do Tocantins (UFT) recebeu mais de 80 estudantes indígenas do Centro de Ensino Médio Indígena Xerente Warã (CEMIX), do município de Tocantínia (TO). A visita integrou uma ação extensionista especialmente planejada para promover a valorização das culturas indígenas no espaço acadêmico.
Integração entre culturas e ciência
De acordo com a professora Gabriela Thomazi, da comissão organizadora da Mostra, os alunos do 1º e 3º anos do ensino médio participaram de uma vivência de integração entre saberes tradicionais e científicos. “Eles percorreram as estações interativas da Mostra com atenção especial às conexões entre o corpo humano, a natureza e o cosmos. Destacamos que o momento foi conduzido com sensibilidade intercultural, reforçando o compromisso da UFT com a inclusão, o acolhimento e a escuta ativa das comunidades originárias”, comentou a professora.
Os estudantes exploraram conteúdos de anatomia humana, astronomia e educação ambiental, e também puderam dialogar com docentes e acadêmicos da universidade, enriquecendo a experiência com perguntas, relatos e reflexões próprias de suas vivências culturais.
Vivência enriquecida pelo diálogo cultural
O professor Leonardo Sampaio Baleeiro Santana, do CEMIX, destacou a importância da ação:
“A 5ª Mostra de Morfologia da UFT foi um sonho realizado. Em 2024, a universidade foi até as aldeias. Mas, neste ano, conseguimos levar os estudantes indígenas para vivenciar a universidade. Tivemos um momento histórico: a Mostra trouxe não apenas os saberes ancestrais, mas também a língua do povo Akwẽ-Xerente em cada animal, em cada estação. Isso é respeito. Isso é Universidade que dá certo, pois se aproxima da comunidade. Tenho certeza de que essa foi uma grande porta aberta para que nossos estudantes sejam futuros acadêmicos da UFT.”
Pertencimento e rotina universitária
Questionado sobre a ação, o diretor do Câmpus de Palmas, Moisés de Souza Arantes Neto, destacou o papel transformador da extensão universitária:
“A presença dos estudantes de Tocantínia em nossos laboratórios simboliza, com muita força, o que entendemos por extensão universitária: um espaço de escuta ativa, troca de saberes e acolhimento. As equipes do Câmpus de Palmas reafirmam o compromisso com uma educação pública inclusiva, diversa e enraizada nos territórios que a cercam.”
Como encerramento da atividade, os participantes compartilharam uma refeição no Restaurante Universitário da UFT, vivenciando, na prática, a rotina institucional e acadêmica da universidade. A ação proporcionou não apenas o acesso à ciência, mas também o fortalecimento do sentimento de pertencimento dos povos indígenas à universidade pública.