Especialistas debatem a importância dos indicadores de ESG para a gestão universitária

Nesta quarta-feira, 18, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizou mais uma etapa do ciclo de palestras voltado para a construção do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2026-2030. O evento ocorreu na Sala dos Conselhos da Reitoria, com transmissão ao vivo pelo YouTube, e trouxe como tema central a importância dos indicadores de ESG (Ambiental, Social e Governança) na gestão das instituições de ensino superior.

O evento contou com a participação de dois especialistas que abordaram diferentes visões sobre o ESG: Jeferson Alves dos Santos, chefe da Auditoria Interna da Universidade Federal do ABC (UFABC); e Daniel Jezini, auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU).

Jeferson Alves é chefe da Auditoria Interna da UFABC(Foto: Daniel dos Santos)

Visão acadêmica sobre ESG

Na primeira palestra do dia, intitulada "Indicadores de ESG como ferramentas para a gestão: uma visão acadêmica", Jeferson Alves dos Santos destacou a importância de consolidar informações e criar indicadores para guiar a gestão das instituições de ensino: “O PDI é um instrumento fundamental, e o principal insumo para a construção desse planejamento é a informação. Muitas vezes, há um distanciamento entre a retórica e a prática nas universidades. Para corrigir isso, é necessário trabalhar de forma preventiva, consolidando dados e criando uma base sólida para a gestão”. O professor também apresentou seu modelo de análise, chamado MyASD, que inclui 150 indicadores de ESG aplicáveis às instituições de ensino, proporcionando uma gestão mais integrada e sustentável.

Controle externo e ESG

Na sequência, Daniel Jezini, em sua palestra "ESG na visão dos órgãos de controle: o questionário iESGo do TCU", trouxe o olhar dos órgãos de controle sobre a gestão sustentável nas instituições públicas. Ele destacou o papel do TCU em fiscalizar o uso responsável dos recursos, sempre com foco na sustentabilidade a longo prazo: “O TCU é o 'olho do dono' das instituições federais. A sustentabilidade não é negociável. Quando as ações não são pensadas de forma sustentável, estamos cavando uma crise futura, seja ela financeira, ambiental ou social. O PDI é o fórum ideal para planejar o uso dos recursos de maneira integrada, garantindo a perenidade das ações da universidade”.

Daniel Jezini é auditor federal do Tribunal de Contas da União (Foto: Daniel dos Santos)

Reitor reforça importância de ESG no PDI

O reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato, também comentou sobre a relevância do ESG na construção do PDI: “O ESG não é um modismo, é uma realidade que já está sendo cobrada pelos órgãos de controle e é essencial que as universidades incorporem esses princípios nas suas ações. Isso fortalecerá tanto a gestão quanto as atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação”. Ele ainda reforçou a importância da participação de diferentes segmentos da comunidade acadêmica e da sociedade no processo de construção do PDI, que terá diversas etapas de consulta pública e reuniões até a sua conclusão.

Palestras para o PDI 2026-2030 estão sempre com grande presença do público (Foto: Daniel dos Santos)

Consulta pública em andamento

A UFT está com a consulta pública aberta para a construção do PDI 2026-2030, que ficará disponível até 30 de setembro. A comunidade acadêmica pode contribuir sugerindo temas para as assembleias de docentes, discentes, técnicos-administrativos e servidores terceirizados.

Cada interessado pode selecionar até cinco temas ou sugerir novos, além de indicar sua categoria de pertencimento. As assembleias presenciais serão realizadas entre os meses de outubro e novembro.