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Aula de campo leva estudantes da Educação Escolar Quilombola a cidades marcadas por memória quilombola e impactos socioambientais
No dia 18 de julho, estudantes da Licenciatura em Educação Escolar Quilombola (LIEEQ), acompanhados por professores, coordenadores e membros do Núcleo Docente Estruturante (NDE), participaram de uma aula de campo conduzida pelo professor mestre Helder Gomes Costa, no âmbito da disciplina Geografia do Brasil, referente ao semestre 2025.2.
Roteiro
O roteiro da atividade contemplou três municípios da região sudeste do Tocantins — Conceição do Tocantins, Natividade e Chapada da Natividade — e foi pensado para aprofundar o contato dos(as) estudantes com a história, a geografia e a cultura da região, com foco em experiências de resistência quilombola e impactos ambientais.
Em Conceição do Tocantins, o grupo visitou a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, ponto histórico importante para a identidade religiosa e cultural da cidade.
Já em Natividade, considerada Patrimônio Histórico Nacional, a programação incluiu: Igreja de São Benedito, Casa de Cultura Municipal, unidade do IPHAN, Ourivesaria Mestre Juvenal, Loja do Biscoito Amor Perfeito, Igreja Matriz de Nossa Senhora de Natividade e as Ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos — todas ligadas à história afro-brasileira e à tradição local.
Em Chapada da Natividade, o grupo passou pela Igreja de Nossa Senhora de Santana, pela Avenida dos Girassóis — onde foi promovido um debate sobre os impactos socioambientais da mineração —, pelas Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário e pela sede da Associação Quilombola Visão de Águia. Neste último local, estudantes participaram de uma roda de conversa com representantes de diferentes comunidades quilombolas da região.
Para o professor Helder Gomes Costa, a aula de campo proporcionou uma formação mais completa e sensível às realidades do território:
“Levar a turma da LIEEQ para conhecer as cidades históricas da Chapada da Natividade, Natividade e Conceição do Tocantins foi importante porque possibilitou a conexão com a história e resistência quilombola. Essas regiões guardam memórias da ocupação colonial e da presença negra, enriquecendo a formação antirracista. Além disso, a Geografia vivenciada permitiu analisar a relação entre o espaço (cerrado, serras e mineração) e as comunidades tradicionais. Proporcionou também aprendizado pedagógico — a experiência prática complementa a teoria, ajudando os futuros professores a trabalharem saberes locais em sala de aula. Essa vivência foi essencial para uma formação docente crítica e vinculada ao território.”
A atividade também reforçou a importância de metodologias que valorizem a territorialidade e o protagonismo das comunidades tradicionais no processo educativo, princípios que estruturam o curso da LIEEQ na Universidade Federal do Tocantins.