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    COP30: Mulheres indígenas ecoam um grito coletivo por resistência e proteção da Amazônia
    PONTO DE VISTA

    COP30: Mulheres indígenas ecoam um grito coletivo por resistência e proteção da Amazônia

    Nahuria Javaé fala sobre a defesa dos territórios indígenas na COP30 como condição para proteger a Amazônia e a vida

    Por  Nahuria Javaé Fernandes e | Revisão: Paulo Aires  | Publicado em 26/11/2025 - 14:12  | Atualizado em 03/12/2025 - 23:26
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    A realização da COP30 pela primeira vez na Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, representou um marco simbólico e político. Como mulher indígena do povo Javaé (Ilha do Bananal) e estudante de Psicologia da Universidade Federal do Tocantins, Câmpus de Miracema, estive presente entre 12 e 17 de novembro de 2025 reafirmando que nós indígenas não somos apenas receptores de conhecimentos, também somos transmissores de conhecimento tradicional e protagonistas essenciais nas decisões climáticas globais.

    Participei do desfile “Reflorestando a Moda”, representando a “Saúde Mental das Mulheres Indígenas do Brasil”, ecoamos o clamor por demarcação de terras, justiça ambiental e preservação da floresta, através de cada representatividade. A COP30 possibilitou um diálogo enriquecedor entre ciência e sabedoria ancestral: levamos nossos saberes tradicionais, fortalecemos identidades coletivas e reafirmamos nosso papel como guardiãs da memória, da natureza e da vida.

    A crise climática provoca perdas ambientais e gera traumas, sofrimento psíquico e ameaça o bem-estar das pessoas. Por isso, a luta pela Amazônia é também uma luta pela saúde mental e pela dignidade dos povos originários. Na Marcha Global por Justiça Climática e na Cúpula dos Povos, em espaços como a Casa Maraká e a Aldeia COP30 movimentos sociais, povos tradicionais, estudantes e mulheres indígenas apresentaram propostas, artes, oficinas e debates.

    Por que estudantes indígenas na COP30?

    Quando a floresta sofre, os povos originários também adoecem de forma física, cultural e psicológica. E a presença de alunos indígenas na universidade reflete diretamente as mudanças climáticas. Poluição dos rios, desmatamento e mudanças territoriais ameaçam modos de vida e a permanência de estudantes indígenas nos espaços acadêmicos. Ficou clara a urgência de colocar os povos da floresta no centro das decisões. Mesmo com o anúncio de homologação de quatro terras indígenas durante a COP30 e diversas portarias declaratórias, sabemos que reconhecimento formal não basta: é preciso implementar a proteção, garantir direitos e resistir às pressões do agronegócio, mineração e desmatamento.

    As universidades têm papel estratégico neste processo: ao integrar pesquisa acadêmica e saberes ancestrais, podem fortalecer a bioeconomia, a transição energética e a justiça socioambiental. A participação estudantil indígena reafirma a cidadania, aproxima ciência e territórios tradicionais e fortalece a luta por um futuro sustentável. Proteger os territórios indígenas é proteger os maiores estoques de biodiversidade e carbono do planeta e garantir a memória cultural, os direitos humanos e a sobrevivência das gerações futuras. Como mulheres indígenas, seguimos afirmando: a resposta somos nós. Nossa luta é coletiva, e nossa defesa da floresta é defesa da vida.

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    Conforme as diretrizes estabelecidas, os textos publicados na seção Ponto de Vista do Portal UFT são de responsabilidade de seus autores e autoras. As opiniões expressas nestes artigos são pessoais e não refletem, necessariamente, o posicionamento institucional da Universidade.

    Sobre a autora

    Nahuria Javaé Fernandes

    Nahuria Javaé Fernandes é acadêmica do 6º período do curso de Psicologia (Câmpus de Miracema) e participou da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas como representante das mulheres do povo Javaé.

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    Tags:  Ponto de Vista,  UFTnaCOP30,  Artigo,  Estudantes Indígenas,  Psicologia.  
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