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    As Tocantinas: uma poesia com sotaque do Brasil profundo

    As Tocantinas: uma poesia com sotaque do Brasil profundo

    Há muito, conhecemos a clássica assertiva de que o poeta é testemunha de seu tempo, voz que traduz a geografia humana de seu lugar, as tradições, dramas e sonhos de sua gente. Essa é a primeira impressão que tenho ao ler As Tocantinas, livro de poesia do tocantinense Célio Pedreira, esse autor que nasceu às margens do Rio Tocantins, na cidade de Porto Nacional, “capital invisível do mundo”, segundo o próprio poeta.

    Paulo Aires e o livro As Tocantinas (Foto: Daniel dos Santos/Sucom UFT)
    Paulo Aires e o livro As Tocantinas (Foto: Daniel dos Santos/Sucom UFT)

    Do primeiro ao último poema, por sua linguagem de chão e suor e lua clandestina, por suas metáforas de rio insubmisso (o rio de toda infância), por sua economia nas palavras e explosão de sentido, essa obra conduz o som, os aromas e a força da nossa gente do sertão – a gramática do Brasil profundo. Um alerta necessário: todo autêntico canto em qualquer parte do mundo é também um sopro universal.

    A arte de mergulhar em expedientes invisíveis que, por vezes, ignoramos. A capacidade de ver poesia nas coisas desprezadas pela tirania da rotina. É por força desse ofício que o poeta nos oferece versos como estes, no poema “Meninos na ponta da rua”: “O cortejo oculto/ das formigas-de-fogo/ desenfiando a terra.” Assim como no poema “Fonte de lavadeiras”: “Memória morena/ mulher serena/ que quara nossos porões/ e estende a vida ao vento/ desaconselhando as sombras.”

    No prólogo, Pedro Tierra, poeta da resistência e da liberdade, sobre o exercício da palavra contido nesta obra, afirma: “A seu modo, Célio trabalha para alargar os limites de expressão da língua. Essa será talvez a herança mais duradoura do poeta.” Dessa forma, o poeta vive e escreve atento às possibilidades da língua e aos elementos da nossa vasta cultura popular ambientados nesta geografia de cerrado agreste. Neste sentido, podemos destacar do poema “Pé de manga”: “Fiel aos quintais/ quanto mais sem dono/ mais anda igual/ na boca dos homens/ e dos porcos”; assim como no poema “Cajuí”: “Acende um sol no cerrado/ o olho é um arado/ de plantar você.”

    Em As Tocantinas, a luminosa palavra de Célio Pedreira é um canto que abarca a nossa voz, nossos costumes, nossos sonhos e a necessidade de firmar nossa memória contra a banalização das coisas boas e bonitas do nosso tempo – um lúcido canto coletivo. Em qualquer espaço e tempo, este é um livro que merece nossa melhor atenção.

    Paulo Aires Marinho

    Poeta e servidor técnico da UFT

    Ficha Técnica

    Autor:

    Célio Pedreira

    Editora:

    EdUFT

    Edição:

    1ª

    Ano:

    2015

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