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UFT integra nova diretoria da Abeth no triênio 2026-2028
A professora Patrícia Orfila, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus de Palmas, foi eleita para compor a nova diretoria da Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura (Abeth) no biênio 2026-2028. A posse ocorreu em 29 de novembro, durante a assembleia de encerramento do 12º Congresso Internacional da Abeth (Cinabeth 2025), realizado na Universidade de Brasília (UnB).
Coordenadora do Grupo de Pesquisa Mulheres na Arquitetura e no Urbanismo (Gpmau), Patrícia atua em estudos sobre teoria, história e crítica da Arquitetura e do Urbanismo, com foco nas interseccionalidades entre gênero, raça, classe e sexualidade.
Para a coordenadora, integrar a Diretoria da Abeth representa “a continuidade de um compromisso com a produção de conhecimento crítico sobre diversidade, gênero e direito à cidade, fortalecendo a presença das pautas LGBTI+ nos debates acadêmicos e sociais, ampliando espaços de visibilidade e inclusão”.
Patrícia afirma ainda que “estar na associação é contribuir para que nossas vozes se articulem em rede, enfrentando desigualdades históricas e propondo alternativas de transformação. É também reafirmar que a ciência e a cultura são ferramentas fundamentais para garantir cidadania plena”.
O congresso, realizado nos dias 25 a 30 de novembro, contou também com a participação de professores e estudantes da UFT apresentando resultados de pesquisas.
O arquiteto egresso da UFT, Talisson Silva dos Santos, apresentou trabalho em coautoria com sua orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso, Patrícia Orfila, que analisa Palmas como uma “cidade-armário”. De acordo com o estudo, o urbanismo neoliberal e a hegemonia religiosa em Palmas reforçam a invisibilidade e repressão à população LGBTI+. "Entre os exemplos citados estão o traçado ortogonal e as macroquadras introvertidas, que produzem segregação e controle social, além da monumentalidade cristã da Praça dos Girassóis, que exclui outras identidades e espiritualidades. O fechamento do Mujica Bar e a substituição do carnaval por eventos religiosos foram destacados como políticas de censura e repressão", reforça Patrícia. Em contraponto, coletivos e festas alternativas criam contra-espaços que reinscrevem narrativas dissidentes na paisagem urbana.
Os docentes Damião Rocha e Marcos Irondes, do PPPGE/UFT e sócios da Abeth, apresentaram a trajetória de 20 anos do Grupo de Pesquisa Gepce/minorias, que já formou 50 mestres e doutores em educação. Eles ressaltaram a importância da presença em eventos internacionais para dar visibilidade à produção científica do grupo, formado por pessoas negras, indígenas, LGBTI+ e outras identidades diversas.
Segundo Damião, pesquisas comprometidas com e para as minorias sociais amazônicas, dentro e fora da universidade, são fundamentais para evitar “o extrativismo acadêmico”.
Fundada em 2001, a Abeth é uma associação científica nacional, sem fins econômicos, que reúne mais de 900 pesquisadores LGBTQIA+ e aliados. A entidade dedica-se a estudos sobre gênero e sexualidade em perspectiva interseccional, valorizando conhecimentos produzidos por e com sujeitos das dissidências sexuais e de gênero. (com informações do professor José Damião)
Nova diretoria
Presidenta: Catarina Dallapicula (UEMG)
1ª Secretária Executiva: Alexandre Bortolini (MEC)
2ª Secretária Executiva: Leonardo Morjan Britto Peçanha (Fiocruz)
1ª Secretária Financeira: Mário Gomes Ferreira (UEMG)
2ª Secretária Financeira: Liliane Cristina Martins (UFMG/CFP)
1ª Secretária Jurídica: José Baptista de Mello Neto (UEPB/UFPB)
2ª Secretária Jurídica: Clarisse Mack da Silva Campos (UFPB)
Conselho Técnico-Científico:
Fabio A G Oliveira (UFF)
Jaqueline Gomes de Jesus (IFRJ)
Megg Rayara Gomes de Oliveira (UFPR)
Patrícia Orfila Barros dos Reis (UFT)
Simone Brandão Souza (UFRB)
Suplentes:
Caia Maria de Araújo Coelho (RIB)
Hailey Kaas (USP)
Conselho Fiscal:
Alexsandro Rodrigues (UFES)
Claudenilson da Silva Dias (UFBA)
Marco José de Oliveira Duarte (UFJF)
Suplentes:
Bruna Andrade Irineu (UFMT)
João Vitor Rodrigues Gonçalves (FGV)