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Roteiro Geo-Turístico de Porto Nacional encerra as atividades do semestre com aula-passeio e oficina de Educação Patrimonial com acadêmicos do curso de Geografia
Programa de Extensão Roteiro Geo-Turístico, que há 11 anos transforma o centro histórico de Porto Nacional em uma sala de aula a céu aberto, encerrou as atividades do semestre com uma aula-passeio e uma oficina de Educação Patrimonial voltadas aos acadêmicos do curso de Geografia. Em 2025, o projeto ganhou o reforço do professor Jorge Medeiros, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), ampliando a equipe coordenada pela professora Rosane Balsan e composta pelos professores envinda Barros Dourado e César Evangelista Fernandes Bressanin.
De fevereiro a junho de 2025, mais de 580 pessoas participaram das atividades do Roteiro, demonstrando sua crescente relevância como ferramenta de turismo pedagógico e de educação patrimonial. Entre as escolas que participaram das aulas-passeio destacam-se unidades de Brejinho de Nazaré, Gurupi, Nova Rosalândia, Miracema, Monte do Carmo, Palmas e Porto Nacional.
Por meio de caminhadas guiadas, o programa de extensão propõe uma vivência crítica e educativa pelos espaços urbanos, promovendo reflexões sobre o uso, a conservação e o significado do patrimônio edificado, das paisagens naturais e das manifestações culturais locais.
Educação Patrimonial: conhecer para preservar
Por meio da Educação Patrimonial, o programa desenvolve ações que despertam a consciência coletiva sobre a importância de proteger e valorizar os bens culturais da cidade. Cada parada no trajeto — que percorre igrejas históricas, casarões coloniais, praças e formações geológicas — transforma-se em uma aula a céu aberto, onde o conhecimento científico dialoga com as experiências in loco.
“Trabalhar com o patrimônio é, antes de tudo, reconhecer que ele é um bem coletivo e um direito das futuras gerações. O Roteiro é uma ponte entre o saber acadêmico e o saber popular”, destaca a coordenadora do projeto, professora Rosane Balsan.
A coordenadora concedeu entrevista ao videocast Fazer Ciência, no canal UFT TV. A matéria está disponível no site da Universidade Federal do Tocantins: Roteiro Geo-Turístico é a próxima entrevista do videocast Fazer Ciência. O episódio pode ser assistido na plataforma YouTube, no canal UFT TV, ou diretamente pelo link: Assista aqui.
Além disso, a professora também foi entrevistada no programa Bom Dia Tocantins, da TV Anhanguera, evidenciando a importância da iniciativa como ferramenta de educação patrimonial e turismo pedagógico. A matéria está disponível no G1 Tocantins: Assista aqui.
Patrimônio Cultural e ciência em diálogo
Ao longo desses 11 anos, o Programa de Extensão Roteiro Geo-Turístico no centro histórico de Porto Nacional tem sido uma plataforma potente para o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas voltadas ao estudo do Patrimônio Cultural local. Diversos trabalhos científicos — desde iniciações até dissertações e artigos publicados — foram desenvolvidos a partir das experiências proporcionadas pelo projeto, abordando urbanismo, transformações socioculturais do território e patrimônio histórico e cultural. Esses estudos reforçam a importância de Porto Nacional como espaço de memória e referência no contexto do Patrimônio Nacional, contribuindo para o reconhecimento e a preservação de sua história no cenário brasileiro.
A equipe aguarda com expectativa o lançamento de um capítulo de livro que será publicado ainda este ano. A obra será lançada durante a Bienal de Maceió, prevista para o final de outubro e início de novembro, na capital alagoana.
Turismo pedagógico e cidadania cultural
Mais do que uma atividade turística, o Roteiro Geo-Turístico no centro histórico de Porto Nacional é um exercício de cidadania cultural. Ao envolver escolas, universidades, instituições públicas e a própria comunidade portuense, o programa fomenta o sentimento de pertencimento e a responsabilidade coletiva pela proteção dos bens culturais. É um exemplo concreto de turismo pedagógico, onde aprender significa vivenciar, questionar e atuar no mundo. O Roteiro segue como um projeto transformador: o passado é celebrado, o presente é estudado e o futuro é construído com conhecimento, respeito e participação social.
A equipe também celebra a dissertação de mestrado que está sendo desenvolvida por Sarah Soares, ex-bolsista do PIBEX e do IEL. O trabalho tem como temática o Roteiro Geo-Turístico, aprofundando os estudos sobre suas ações de extensão e seus desdobramentos acadêmicos e territoriais.
Fechamento do semestre
As atividades do programa no semestre 2025/1 foram encerradas em 30 de junho, com a aula-passeio conduzida pelo Prof. Dr. César Evangelista Fernandes Bressanin (UFT), como parte da programação do II Seminário Poéticas e Políticas do Fim na América Latina Contemporânea, ocorrido no câmpus da UFT em Porto Nacional entre os dias 30 de junho e 2 de julho de 2025. O evento, apoiado pela Capes, é fruto de um projeto de inovação e internacionalização, financiado pelo CNPq e desenvolvido em parceria com a Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do Rio Grande, Colégio Pedro II, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Universidad de Chile e Universidad Diego Portales.
A equipe do Programa de Extensão Roteiro Geo-Turístico no centro histórico de Porto Nacional retornará às atividades em 4 de agosto de 2025. Na ocasião, em parceria com o PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), será realizada uma aula-passeio, às 9h e às 14h, além de uma oficina de Educação Patrimonial ministrada pelo professor Jorge Medeiros.
O professor Jorge Medeiros ressalta que a preservação do patrimônio edificado não se restringe apenas a restaurações físicas ou tombamentos legais: ela depende fundamentalmente do envolvimento e da conscientização da sociedade. “Se as pessoas não reconhecem o valor de uma edificação histórica, a chance de ela ser negligenciada, descaracterizada ou até mesmo demolida aumenta drasticamente. As oficinas de Educação Patrimonial atuam justamente nessa lacuna.
Elas oferecem um espaço dinâmico e interativo, onde crianças, jovens e adultos podem aprender sobre o patrimônio de forma prática e engajadora. Em vez de apenas observar, os participantes são convidados a tocar, desenhar, pesquisar, entrevistar e, de fato, se conectar com as histórias e os significados por trás das construções. Esse aprendizado ativo é muito mais eficaz do que a simples transmissão de informações. Quando a comunidade se apropria de seu patrimônio, ela se torna sua principal defensora: moradores passam a fiscalizar, denunciar atos de vandalismo, participar de debates sobre o futuro dos espaços e valorizar a arquitetura local. A Educação Patrimonial transforma meros observadores em agentes ativos de preservação.” (Com a colaboração de Rosane Balsan e César Evangelista Fernandes Bressanin)