Projetos da UFT sobre Agroecologia e Produção Orgânica recebem aprovação em Chamada do CNPq

Dois projetos da Universidade Federal do Tocantins (UFT) foram selecionados no edital Chamada CNPq Nº 01/2025, de Apoio a Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica. Os projetos “Agroecologia, Mulheres e Cultura”, coordenado pela professora Jorgeanny de Fátima Rodrigues Moreira; e "Caminhos para a transião agroecológica no Estado do Tocantins", liderado pela professora Keile Aparecida Beraldo, foram contempladas com recursos de R$ 300 mil e R$ 294 mil, respectivamente, e terão duração de dois anos e meio. Ambos os projetos contam com uma equipe executora formada por professores, pesquisadores e extensionistas. Ao todo, foram aprovadas 77 pesquisas em todas as regiões do Brasil.

O projeto da professora Jorgeanny prevê a implementação de núcleos de Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Produção Orgânica (Neap) nos câmpus de Arraias e Porto Nacional; o projeto terá uma equipe de 15 pessoas, de vários institutos. São seis docentes dos câmpus de Arraias e Porto Nacional, seis docentes de escolas agrícolas, um docente da Universidade Federal de Goiás (UFG), lideranças comunitárias, mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Câmpus Porto Nacional, estudantes das escolas agrícolas e estudantes de graduação e pós-graduação dos câmpus de Arraias e Porto Nacional. O projeto será executado na Escola Família Agrícola de Porto Nacional, na Escola Agrícola de Arraias, nos câmpus de Arraias e Porto Nacional, na Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso e no Assentamento Dom Celso, em Porto Nacional.

Segundo a professora Jorgeanny, “os principais objetivos do projeto estão na formação técnica e cidadã de jovens do campo, no apoio à transição agroecológica, no intercâmbio de saberes entre escolas do campo, movimentos sociais e comunidades tradicionais, na implementação de práticas inovadoras de manejo sustentável e na criação de tecnologias sociais capazes de contribuir com a produção de alimentos saudáveis para o campo e a cidade”.

Ela complementa que “essa conquista reafirma o compromisso coletivo da Universidade Federal do Tocantins com uma educação transformadora e comprometida com a justiça social, ambiental e alimentar, fortalecendo os laços entre escola, comunidade e território, em consonância com os princípios da agroecologia, da pedagogia da alternância e da soberania popular. Além disso, o Núcleo de Agroecologia articula o tripé ensino, pesquisa e extensão.”

Já o projeto Núcleo de Estudos em Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável no câmpus de Palmas (Neads), coordenado pela professora Keile, terá uma equipe de 13 pessoas, de vários institutos, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Embaúba, o Sítio Seis Pétalas e a Associação Água Doce/Instituto Perene. Além disso, serão selecionados três bolsistas para desenvolver as atividades do núcleo.

Segundo Keile, o programa conta com vários parceiros em todo o estado e atua em conjunto com a Articulação Tocantinense de Agroecologia, que reúne mais de vinte e sete movimentos sociais. A iniciativa envolve ações que vão desde a regulamentação fundiária, em parceria com o Incra, até a produção de alimentos saudáveis, com foco na segurança e soberania alimentar. "O trabalho desenvolvido começa pela parte do diagnóstico e da compreensão da realidade local, oferecendo suporte a associações, comunidades e eventos". Segundo a docente, muitos estudantes que participaram do projeto desde 2015 já estão formados e atuando no mercado de trabalho, o que demonstra a diferenciação da formação proporcionada pelo núcleo. “Os alunos e professores saem com outra visão, aprendem a elaborar projetos e a compreender as comunidades”, destacou.

Keile reforça a importância da extensão e da pesquisa no processo acadêmico, com foco na educação do campo e na valorização do papel das mulheres na agroecologia. Para ela, a participação feminina é essencial: “Sem mulher, não há agroecologia”. Segundo ela, essa iniciativa busca fortalecer o vínculo dos participantes com o território, promovendo uma atuação transformadora nas comunidades rurais do Tocantins.

Projeto Neap

O Neap permitirá a construção e socialização de projetos de inovação e práticas agroecológicas, de forma a ampliar a produção de alimentos orgânicos, armazenar e multiplicar sementes crioulas, produzir bioinsumos, preservando e valorizando as práticas socioculturais e agroecológicas das comunidades rurais, com a colaboração da Escola Família Agrícola de Porto Nacional e da Escola Estadual Agrícola David Aires França, em Arraias, no estado do Tocantins. Entre os principais objetivos do programa estão a formação técnica e cidadã de jovens do campo, o incentivo à transição agroecológica, a troca de saberes entre escolas e campo, movimentos sociais e comunidades, além da implementação de práticas inovadoras de manejo e criação tecnológica para contribuir com a produção de alimentos saudáveis, tanto no campo quanto nas cidades.

Projeto Neads

O Neads pretende demonstrar as oportunidades para os agricultores familiares, indígenas e quilombolas que fazem parte do processo de transição agroecológica, já que se configuram como os principais ofertantes de alimentos orgânicos no Brasil. Assim, neste projeto, espera-se fomentar, contribuir e ampliar conhecimentos e técnicas agroecológicas nas comunidades onde a equipe já atua, além de alcançar outras comunidades no mesmo território. Além disso, busca-se desenvolver ações que integrem pesquisa, ensino e extensão, voltadas à construção e socialização de conhecimentos adaptados à agroecologia e à produção orgânica, proporcionando desenvolvimento sustentável e socialmente justo nas comunidades do estado do Tocantins.

No link abaixo é possível conferir todos os documentos referentes à seleção, bem como os resultados preliminares e final desta chamada. Segue o botão com o link, abaixo: