Mudanças no tempo marcam transição de estação no Tocantins

Neste mês de maio, algumas características já sinalizam a transição do período chuvoso para o verão, época em que se registra a maior estiagem do ano. No Tocantins, esse período corresponde ao intervalo mais seco, marcado por altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e escassez de chuvas.

Instrumentos meteorológicos do Labmet/UFT, como o pluviômetro, piranômetro e sensores de temperatura e umidade, monitoram as condições do tempo no Tocantins (Foto: Lidiane Machado)

Segundo a meteorologista do Laboratório de Climatologia e Meteorologia (Labmet) da UFT, Roberta Araújo e Silva, o mês de maio marca uma transição importante no regime climático do Tocantins, caracterizada pela expressiva redução das chuvas em quase todo o estado. Apenas as regiões mais ao norte, como Tocantinópolis e Araguaína, ainda podem registrar precipitações esparsas e de fraca intensidade. Contudo, tais ocorrências são interpretadas como eventos residuais da estação chuvosa e não representam uma retomada do período úmido.

A especialista explica que a distribuição das chuvas ao longo da estação seguiu um comportamento típico para o clima da região. “O período chuvoso 2024/2025 no Tocantins teve início dentro do padrão esperado. De forma geral, o começo da estação ocorreu de maneira típica, com os primeiros registros relevantes de chuva surgindo entre outubro e novembro. Durante os meses de janeiro e fevereiro, os volumes de chuva se mantiveram elevados, principalmente em Palmas. No entanto, a partir de março, houve uma redução significativa na quantidade de chuvas em boa parte do estado. Em muitas localidades, os totais mensais ficaram abaixo da média climatológica. Uma exceção foi Araguaína, onde março apresentou precipitações acima do normal, o que chama a atenção. Porto Nacional, no mês de abril, também registrou índices pluviométricos superiores à média histórica para o período”, detalha Roberta.

A principal preocupação, no entanto, surgiu no encerramento da estação: nos meses de abril e maio de 2025, as chuvas ficaram muito aquém do esperado na maior parte do Tocantins. Esse comportamento indica um término antecipado do período chuvoso.

Além disso, os prognósticos elaborados por instituições como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Clim´aticos (CPTEC), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam para uma tendência de temperaturas acima da média histórica entre os meses de maio e julho.

Essa anomalia térmica pode acentuar a sensação de calor e intensificar os impactos típicos do período seco, como a redução da umidade relativa do ar, especialmente nos meses de junho a agosto.

As consequências desse cenário climático exigem atenção da população, especialmente em relação aos cuidados com a saúde respiratória e a hidratação. Além disso, o aumento da incidência solar e a vegetação mais seca elevam os riscos de queimadas, o que reforça a necessidade de ações preventivas por parte das autoridades ambientais e da sociedade civil.

Nesse contexto, o monitoramento contínuo das condições meteorológicas e a divulgação de informações precisas tornam-se instrumentos essenciais para mitigar os impactos do período seco no Tocantins.

Acompanhe as pesquisas e as atualizações sobre mudanças do tempo no Tocantins, pelo site do laboratório de meteorologia da UFT:

Para mais informações acesse o instagram do Labmet: https://www.instagram.com/labmet_uft/

Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/desafios/article/view/18271