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    Busca Ativa do PNAB no Tocantins realiza 80 cadastros durante Festa da Colheita no quilombo Mumbuca
    EXTENSÃO

    Busca Ativa do PNAB no Tocantins realiza 80 cadastros durante Festa da Colheita no quilombo Mumbuca

    Os projetos inscritos vão para além da confecção de biojoias de Capim Dourado, passando pela valorização e manutenção da tradição da viola de buriti, produção de tintas sustentáveis entre outros

    Por  Kaio Costa e Edição: Daniel dos Santos e Revisão: Paulo Aires  | Publicado em 17/09/2024 - 12:04  | Atualizado em 17/09/2024 - 17:49
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    Oitenta projetos da comunidade quilombola Mumbuca foram inscritos na Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) através de ação realizada pelo projeto Transformando Conhecimento em Inovação: cultura, memória e arte. O saldo representa o trabalho concluído em três dias, durante a Festa da Colheita, organizada pela comunidade neste fim de semana, de 13 a 15 de setembro. O povoado faz parte do município de Mateiros, na região do Jalapão, a 299 km de Palmas.

    Comunidade participou em peso com 80 propostas culturais inscritas (Foto: Kaio Costa)

    O subcoordenador do projeto, Adriano Alves, fez parte da equipe que esteve na comunidade durante esse período, realizando a inscrição de projetos artísticos da comunidade nos editais do PNAB. “Embora a comunidade Mumbuca seja reconhecida pelo capim dourado, existem outras atividades artísticas que atravessam a economia criativa da região. Por exemplo, as artes visuais, como a pintura dos espaços, a produção de peças de utilidade, que não são apenas decorativas, e a confecção de brinquedos. Esses brinquedos vão além do capim dourado como produto de souvenir, sendo também lúdicos para crianças”, observou Adriano ao constatar outra força na cultura do local: as violas de Buriti.

    A pró-reitora de Extensão da UFT, Maria Santana, salientou o uso do buriti para aquele povo. “O buriti é muito rico para eles, pois extraem a palha e o talo, utilizados em diversas formas de confecção e isso fomenta o surgimento de novos artistas. Eles produzem carroças, brinquedos e até a própria viola de buriti, conectando essa criação à música. Assim, a economia criativa integra toda a cultura como um motor que move a comunidade”, concluiu.

    PNAB na Comunidade Mumbuca

    Mundialmente conhecida por exportar os produtos confeccionados com Capim Dourado, o povoado Mumbuca ganhou esse nome em alusão a um tipo de abelha da região. Hoje com aproximadamente 200 habitantes, todo mês de setembro a comunidade se organiza para realizar a Festa da Colheita. O projeto encaminhou equipe para o evento, tendo em mente que a comunidade estaria cheio de pessoas quilombolas interessadas em participar do Pnab.

    Noemi Ribeiro da Silva, mais conhecida como Doutora, é a matriarca da comunidade e demonstrou muita gratidão com o projeto que esteve no território. “A presença dessas instituições na nossa comunidade é muito importante, pois nos oferece a oportunidade de participar. Sem isso, talvez nem soubéssemos dos editais. Agradecemos muito a disposição de todos vocês que vieram para nos permitir essa participação e o conhecimento sobre o projeto. Se vocês não trouxessem essa opção de aprendizado, não saberíamos de nada. E, como vocês têm paciência, conseguimos entender tudo”, destacou.

    A matriarca da comunidade Mumbuca é conhecida como Doutora (Foto: Kaio Costa)

    O artesão e violeiro Horlei Tavares da Silva, de 32 anos, contou que o projeto inscrito por ele busca manter a memória e a arte da viola de buriti na comunidade. “Esse projeto é muito importante para nós, que vivemos nesta comunidade. Eu, por exemplo, sou violeiro da tradição local e mantenho uma oficina onde ensino os alunos a colher o buriti, confeccionar a viola e tocar o instrumento. Minha intenção é ensinar as crianças e levar essa tradição adiante, porque a tradição da viola de buriti na comunidade de Mumbuca não pode parar”, refletiu o artista, que afirma estar trabalhando com dedicação a fim de ajudar a comunidade.

    Violeiro Horlei Tavres (Foto: Kaio Costa)

    Para o subcoordenador Adriano, o sucesso no número de inscrições se deu porque a comunidade Mumbuca é organizada. “Nosso pensamento ocidentalizado costuma imaginar que essas comunidades precisam ser assistidas, que devemos explicar o que devem fazer, mas vimos que não é assim. O único empecilho que enfrentam é a tecnologia. Eles já sabem o que querem e têm plena consciência do que conseguem fazer e entregar”, descreveu e continuou: “quando chegamos, explicamos como o projeto funcionava, e artistas surgiram de todos os lados. Eles já tinham clareza sobre sua atuação na sociedade, como seu trabalho é importante e como isso reverbera. Portanto, o número de artistas registrados se deu porque eles já estavam ali, organizados. Não fomos nós que os construímos. Eles surgiram com suas ideias formatadas, e nós apenas servimos como um instrumento, uma ponte entre eles e a formalização de seus projetos nos portais dos editais”.

    Apesar do número expressivo, artistas da comunidade e da região, formada por outros agrupamentos quilombolas, que não conseguiram participar da ação, terão a oportunidade de inscrever seu projeto no edital até o dia 4 de outubro. A equipe do Transformando Conhecimento em Inovação fez formação de multiplicadores, que continuarão o trabalho na região.

    Adriano Alves é subcoordenador do projeto (Foto: Flaviana OX)

    Transformando Conhecimento em Inovação

    O projeto "Transformando Conhecimento em Inovação" tem como objetivo promover a cultura no Tocantins, com criatividade, inovação e compromisso com o patrimônio cultural do estado, em conformidade com a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Entre as metas do projeto, estão a busca ativa em comunidades indígenas e quilombolas, o suporte aos proponentes de ações ligadas aos editais da PNAB 2024, e o acompanhamento contínuo ao longo da execução dos editais. O projeto também se compromete a garantir acessibilidade e acolhimento de grupos minoritários, com foco em mulheres, negros e indígenas.

    Realizado pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Tocantins (Proex UFT), o projeto tem como parceiros o Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (Opaje); a Secretaria de Cultura do Estado (Secult); a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins); a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT); o Instituto Federal do Tocantins (IFTO); e a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto).


    Tags:  Proex,  Opaje.  
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