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Podcast “A rebeldia que resta” produzido por mestrandos da UFT imagina um Tocantins pós-apocalíptico onde a arte ainda resiste
Um Tocantins devastado pelo domínio da Inteligência Artificial, uma inundação que engoliu Palmas e parte da Universidade Federal do Tocantins (UFT), e um baú misterioso que sobreviveu às águas e ao tempo. É desse cenário distópico que nasce “A rebeldia que resta”, série de podcast em sete episódios produzida pelos mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes/UFT), na disciplina Tecnologia e Inovação em Artes, coordenada pelos professores Dr. Heitor Oliveira e Dra. Thaíse Nardim.
A obra reúne pesquisa, criação sonora, dramaturgia experimental e reflexão teórico-poética sobre arte, tecnologia e futuro. Em um processo coletivo, os estudantes exploram ficção científica, crítica ao uso da Inteligência Artificial, construção narrativa e experimentações com materialidades, escrita e áudio. O resultado é uma ficção sonora que provoca, questiona e instiga o imaginário.
Enredo
A série se passa em 2055, décadas após um colapso global causado pela Inteligência Artificial. No enredo, a queda de sistemas e a alteração do eixo da Terra desencadeiam uma grande inundação, tornando Palmas uma cidade parcialmente submersa.
Sob as águas — que cobrem ruínas da antiga UFT — está o ponto de partida da história. Ali, Marina, uma das personagens, encontra um baú contendo objetos impossíveis de existir naquele futuro: papéis amarelados, cartas, madeira, cadernos, nariz de palhaço, giz de cera e vestígios de aulas do mestrado em artes de antes do apocalipse.
A descoberta desencadeia falhas no sistema de vigilância das corporações. Aproveitando a brecha, Marina consegue burlar protocolos e enviar cartas físicas, em papel real, para antigos colegas do mestrado de 2025. Em um mundo onde comunicação é rara, perigosa e controlada, uma carta se torna um ato de rebeldia.
As correspondências chegam aos destinatários e, ao tocá-las, memórias e sensações de um tempo perdido emergem. A experiência coletiva desperta um chamado silencioso — e a dúvida que percorre toda a narrativa: eles vão partir?
Experimentação
O podcast foi desenvolvido como atividade da disciplina Tecnologia e Inovação em Artes, com o objetivo de explorar novas experimentações teatrais e o uso de tecnologias na criação artística contemporânea. O trabalho envolveu todas as etapas de concepção, pesquisa e produção, realizado pela turma 2025/2 do PPGArtes/UFT: Marina Augusta Kamei Melo, Maíra Carolina Esperança Bellini Brandão Guilherme, Cláudio Romário Montanari Antunes, Leomar Silva Pacheco e Bruno Marcell Paiva Costa.
A série foi orientada e acompanhada pelos professores responsáveis pela disciplina. “A rebeldIA que resta” (assim estilizado) se destaca pela ousadia de imaginar um futuro distópico que tem o Tocantins como centro narrativo — suas paisagens, materialidades e cultura. Suspense, sensorialidade, crítica e poesia se misturam para provocar uma questão tão simples quanto perturbadora:
O que resta do humano quando o mundo que conhecemos acaba? Talvez… a rebeldia.
Como ouvir? O público pode acompanhar a série realizando a inscrição aqui.