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    Em prol das vozes amazônicas
    PONTO DE VISTA

    Em prol das vozes amazônicas

    O professor Rafael Tubone defende a inclusão das populações tradicionais e das universidades nas discussões climáticas da COP/30, ressaltando seu papel na formulação de políticas públicas e soluções sustentáveis

    Por  Rafael Tubone Magdaleno e | Revisão: Paulo Aires  | Publicado em 27/01/2025 - 13:53  | Atualizado em 27/01/2025 - 14:45
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    Entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, Belém/PA será palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP/30. Apesar de sua importância, o evento não está isento de críticas, como as levantadas pela socióloga Marilene Corrêa, da UFAM e da SBPC, que, em evento realizado no Valer Teatro, em Manaus, destacou “a flagrante exclusão dos movimentos sociais, das academias científicas e das populações tradicionais amazônicas”.

    Nesse contexto, surge a urgência de reivindicar a posição das academias científicas e universidades, em especial amazônicas, como agentes essenciais na promoção de uma agenda ambiental brasileira e global, bem como garantidoras da inclusão dos saberes das populações tradicionais na formulação de políticas públicas.

    O papel das universidades vai além do ensino e da pesquisa sobre mudanças climáticas, como assevera o livro Education and Climate Change: The Role of Universities, organizado por Fernando M. Reimers (ed. Springer, 2021). Formar futuros líderes sensíveis às questões ambientais e cidadãos capazes de integrar essas preocupações nas suas comunidades, claro, é uma missão imprescindível, mas não suficiente. Afinal, o futuro já chegou, a crise climática já é uma realidade e a ameaça iminente da “queda do céu” exige respostas imediatas e concretas.

    Para tanto, é necessário que se promova uma compreensão mais profunda dos sistemas de valores humanos, das normas culturais e sociais que moldam nossa relação com o meio ambiente, e da urgência em transformar essas estruturas para que favoreçam uma convivência mais harmônica com a natureza. O quanto isso implica em uma educação que favoreça valores opostos à da intensa acumulação financeira e monetária, sob o império do crescimento, como os propostos pelo movimento político do décroissance, é algo a ser debatido. Afinal, será que não há outras razões para viver e pelas quais viver? Parte das culturas tradicionais respondem que sim. E isso é algo que podemos aprender com elas.

    Davi Kopenawa
    Davi Kopenawa (Foto: Internet)

    Mas também há mais. Marcellus Mbah, Ane Turner Johnson e Ferdinand M. Chipindi em artigo publicado no International Journal of Educational Development, por exemplo, concluíram que ao institucionalizar o saber dos povos tradicionais nas universidades, não apenas se promove um desenvolvimento mais inclusivo, mas também se fortalece a identidade cultural e histórica das comunidades. Por sua vez, em outro estudo, publicado na revista Sustainability ,Nadzirah Hosen, Hitoshi Nakamura e Amran Hamzah observaram que o conhecimento ecológico tradicional auxiliou comunidades indígenas em Sarawak, Bornéu e Malásia, a se adaptarem aos riscos climáticos e a promoverem a resiliência socioecológica, melhorando a segurança alimentar e de recursos. Há, portanto, uma literatura científica consolidada e revisada por pares que aponta para os benefícios concretos da integração dos saberes das populações tradicionais na universidade e na formulação de políticas públicas.

    A COP/30 poderia ser uma oportunidade vital para reconhecer e incluir as vozes das populações tradicionais amazônicas nas discussões climáticas brasileiras e globais. E as universidades, ao integrar o saber tradicional e acadêmico, podem se tornar agentes essenciais na promoção de soluções sustentáveis e na construção de um futuro mais equitativo. Ainda há tempo.

    Conforme as diretrizes estabelecidas, os textos publicados na seção Ponto de Vista do Portal UFT são de responsabilidade de seus autores e autoras. As opiniões expressas nestes artigos são pessoais e não refletem, necessariamente, o posicionamento institucional da Universidade.

    Sobre o autor

    Rafael Tubone Magdaleno

    Rafael Tubone Magdaleno é professor do Colegiado de Direito da UFT. Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP. Mestre em Filosofia do Direito pela PUC-SP. Bacharel em Direito(PUC-SP) e Filosofia (USP). Advogado.

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