MAIS CIÊNCIA NA ESCOLA

Projeto “Meu hub é raipe!” inicia formação de laboratórios criativos e cultura maker em escolas públicas

Iniciativa promove letramento digital e engajamento estudantil com apoio da UFT e da ONG Casa da Árvore

Por Daniel dos Santos | Publicado em 30/06/2025 - 14:57 | Atualizado em 30/06/2025 - 19:52

Começou em junho a implementação do projeto "Meu hub é raipe!" em escolas públicas do Tocantins, com o objetivo de transformar o ambiente escolar por meio da tecnologia, do letramento digital e da cultura maker.

A iniciativa é realizada pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) em parceria com a ONG Casa da Árvore e integra o programa federal Mais Ciência na Escola, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Visitas às escolas

A proposta prevê a instalação de Laboratórios Makers dentro das escolas, combinando atividades formativas com experimentações criativas. A primeira etapa do projeto envolveu visitas às escolas para mobilizar professores, gestores e estudantes, além da realização de formações para educadores.

“Essas visitas tiveram como objetivo mobilizar a comunidade escolar para acolher o projeto Meu Hub é Raipe!, acolher os laboratórios e se engajar nas atividades que cada escola vai desenvolver. Esse engajamento é fundamental para garantir a preservação e o uso consciente dos equipamentos, além de fortalecer o protagonismo estudantil e a aprendizagem significativa”, destacou Aluísio Cavalcante, coordenador do projeto pela ONG Casa da Árvore.

Equipe com professores das escolas participam de formação com professores e estudantes da UFT e ONG Casa da Árvore (Foto: Daniel dos Santos)

Formação de professores

Além da estrutura física dos laboratórios, o projeto aposta na formação continuada de professores como diferencial. Segundo Leila Cavalcante, coordenadora pedagógica da Casa da Árvore, o foco está em ampliar as competências digitais dos docentes e fomentar práticas pedagógicas inovadoras.

“Essa foi apenas a primeira formação do nosso programa. Discutimos desde o impacto da cultura maker na educação integral até o novo currículo de Computação, que passa a ser obrigatório a partir do próximo ano. A formação permitiu não só refletir, mas também experimentar tecnologias que auxiliam os professores no planejamento e desenvolvimento dos projetos com os alunos”, explicou Leila.

Professor Alcy é um dos integrantes da equipe do Meu Hub é Raipe! pela UFT (Foto: Daniel dos Santos)

Já o professor Alcy Monteiro, da Engenharia Elétrica da UFT e um dos líderes da iniciativa, reforça o papel estratégico da formação para conectar teoria e prática:

“Discutimos letramento digital, cultura digital cidadã e competências docentes, além de como a abordagem maker ajuda a resolver problemas reais com criatividade. Isso dá segurança e intencionalidade para que educadores e bolsistas atuem nos laboratórios com visão crítica e foco no protagonismo dos estudantes”, afirmou.

Na prática, cada escola participante terá uma equipe de bolsistas formada por estudantes do ensino fundamental, acompanhada por um professor-líder. Eles serão os responsáveis por dinamizar o uso do laboratório e desenvolver projetos criativos.

Equipe do Meu Hub é Raipe visitou as cinco escolas que receberão os laboratórios makers (Foto: Daniel dos Santos)

Na Escola de Tempo Integral Eurídice Ferreira de Mello, a implementação já começou e está empolgando a comunidade escolar. A professora Jessika Miranda, que coordena o projeto na unidade, vê na proposta uma chance concreta de transformar o ensino:

“O projeto busca promover o letramento digital de forma acessível e significativa, fortalecendo o diálogo entre universidade e escola. Como pesquisadora da área de tecnologias na educação, vejo no Lab Maker uma oportunidade extraordinária de unir teoria e prática, estimulando a visão crítica e criativa dos alunos sobre a sociedade”, disse.

Com os laboratórios sendo montados durante o recesso escolar, a expectativa é que, no retorno às aulas, os projetos idealizados pelos professores e estudantes estejam prontos para transformar as salas de aula em verdadeiros centros de experimentação e inovação.