Nota de falecimento: Raimunda Gomes da Silva (Raimunda Quebradeira de Coco)

É com imenso pesar que a Universidade Federal do Tocantins comunica o falecimento, nesta quarta-feira (7 de novembro) de sua doutora honoris causa Raimunda Gomes da Silva, líder camponesa mais conhecida como Raimunda Quebradeira de Coco. Ela tinha 78 anos e faleceu na noite desta quarta-feira, no assentamento Sete Barracas, município de São Miguel do Tocantins, no Extremo Norte do Tocantins, na região conhecida como Bico do Papagaio.

De acordo com as informações divulgadas pela imprensa, ela teria falecido em sua residência no assentamento. Foi no Bico do Papagaio que ela desenvolveu seu trabalho de conscientização política e de mobilização das mulheres envolvidas com as atividades relacionadas ao extrativismo vegetal de produtos do babaçu.

Raimunda foi uma das membros fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), e que reúne cerca de 300 mil mulheres extrativistas dos estados do Tocantins, Pará, Piauí e Maranhão.

Recentemente Raimunda Quebradeira de Coco foi lembrada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) numa série de reportagens que fazem parte da Campanha Regional pela Plena Autonomia das Mulheres Rurais e Indígenas da América Latina e do Caribe – 2018.

Honoris causa

Por sua atuação em prol das mulheres da região do Bico do Papagaio, a quebradeira de coco recebeu o título de doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Tocantins (em 2009, junto com o renomado antropólogo, filósofo e sociólogo Edgar Morin) e prêmios como o Diploma Mulher-Cidadã Guilhermina Ribeira da Silva, da Assembleia Legislativa do Tocantins, e o Diploma Bertha Lutz, do Senado Federal, concedido a mulheres que contribuíram para a igualdade de gênero no Brasil.
Em 2005, Raimunda integrou a lista mundial das mil mulheres que concorreram ao prêmio Nobel da Paz.

Vida e luta retratadas

Raimunda teve a vida retratada em diversos videodocumentários, na música e na poesia. Um dos primeiros documentários sobre ela foi feito pelo cineasta tocantinense Marcelo Silva. Na UFT também há videodocumentários sobre Raimunda; um deles - "O Fruto" - foi produzido pelo Núcleo de Produção do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins. Na música também teve a vida retratada, como na composição de Paulo Albuquerque, que musicou um poema de Paulo Aires Marinho sobre a ativista.

Confira, abaixo, três produções-homenagem à vida e à atuação de Raimunda no Norte do Tocantins: