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Estudantes do curso de Pedagogia do Câmpus de Miracema prestigiam lançamento do livro “O Sangue das Pedras”
Ocorreu na noite de terça-feira (21), na Biblioteca do Sesc-Tocantins, o lançamento do livro “O Sangue das Pedras”, do escritor Paulo Aires Marinho. O evento contou com a presença dos acadêmicos do curso de Licenciatura em Pedagogia, do Câmpus de Miracema, que participaram como parte das ações de formação promovidas pela instituição.
O encontro também se articulou às ações do grupo de pesquisa "Política Educacional, Currículo e Formação Docente (Gppec)", coordenado pela professora Ana Corina Machado Spada, que busca promover reflexões sobre o papel das linguagens e da cultura na formação docente.
A mesa de lançamento foi composta por Paulo Aires Marinho, por Ciro Gonçalves, responsável pelo texto de orelha e pela capa da publicação, e pela professora Katya Lacerda Fernandes, que realizou a mediação.
O escritor Paulo Aires destacou a importância da participação dos estudantes e professores no evento, ressaltando o papel da literatura na formação acadêmica e humana. Segundo ele:
"Considero um privilégio a presença de estudantes no lançamento de uma obra literária. Fiquei feliz e grato com a participação dos acadêmicos de Pedagogia do Câmpus da UFT de Miracema, acompanhados das professoras Kátya Lacerda e Ana Corina Spada e do professor Domingos Pereira. Foi um momento significativo porque entendo que a literatura é uma aliada imprescindível do processo de ensino-aprendizagem."
Ainda segundo o escritor, esses encontros fortalecem o vínculo entre a arte e a educação, proporcionando uma experiência formativa profunda:
"Gosto daquela declaração do professor Antônio Cândido de que “a literatura é o sonho acordado das civilizações.” E podemos lembrar que, de Dante Alighieri à Carolina Maria de Jesus, a poesia e a prosa formam um luminoso mosaico dos dramas e das batalhas humanas, suscitando em nós a fantasia criadora, a possibilidade do sonho acordado como antídoto às feridas e às angústias existenciais. Nessa perspectiva, é importante que a formação docente caminhe de mãos dadas com a literatura."
Além disso, o evento contou com a participação de 20 estudantes do curso de Pedagogia e três professores do colegiado, entre eles a professora Ana Corina Machado Spada e o professor Domingos Pereira da Silva. Também esteve presente Marisete Boni, administradora da UFT, responsável pela fotografia que consta na orelha do livro. Servidores da Superintendência de Comunicação, colegas do poeta Paulo Aires, também estiveram presentes no evento.
Conforme a professora Katya Lacerda, “O livro O Sangue das Pedras, pertence a nós, pedras do povo, nós que somos os: rifados, anônimos, escarnecidos, exilados, tal como Dante, sem teto, sem trabalho, sem estudo, sem nome e sem patrimônio, retirantes, clandestinos, periféricos, negros, mulheres e indígenas, desaparecidos, torturados, indigentes, desvalidos, famintos, fatigados, desamparados, escravos, marginalizados, e por isso invisíveis. Em síntese, a nós, trabalhadores e trabalhadoras”.
O estudante do 8º período de Pedagogia, Marcos Paulo Freitas dos Santos, destacou a relevância da experiência.
“estar presente no lançamento do livro foi um momento importante, pois além de se tratar da primeira vez que frequento esse tipo de evento, a exposição, apresentada pelo escritor, pelo ilustrador e pela mediadora, provocou-me o interesse sobre a temática abordada na obra poética, que destaca as dificuldades que a população desprovida de direitos enfrenta no seu dia a dia, os preconceitos e as discriminações que a sociedade hegemônica os faz sofrer. Suas estrofes promovem inquietação e instigam a necessidade de mudança e luta contra tal situação”.
Outros relatos, realizados por duas estudantes do 2º período de Pedagogia, também trouxeram percepções sobre o momento da poesia. Gabriela Amorim de Castro Luz revelou.
“o lançamento do livro O Sangue das Pedras, foi uma experiência incrível. Senti-me encantada ao prestigiar o autor Paulo Aires Marinho contando sobre o processo de criação de sua obra, no qual muitos dos poemas foram inspirados em sua própria realidade e vivência”.
Já Marivone Reis Cavalcante, que além de acadêmica é artista da pintura, explicou “O poeta nos brindou com sua voz acolhedora, falou de suas inspirações, suas raízes e sua paixão pela poesia. Gostei muito de sua fala. Ele realizou a leitura de uma passagem do poema, que encantou e contagiou a todos. Foi uma noite maravilhosa, sou sua nova leitora”.
De acordo com o professor Domingos Pereira da Silva, a participação no lançamento foi “uma forma de oportunizar o direito à literatura, no sentido amplo conferido por Antonio Cândido, no qual a poesia é parte integrante e representou um aprendizado coletivo e significativo que nos ajuda a caminhar”.
Por fim, a professora Katya ressaltou que a obra O Sangue das Pedras, de Paulo Aires Marinho, “é um tributo à memória ‘Pedra da poesia’, que revela nossas tragédias e lutas, com a força e a luz de suas palavras-sol, neste Sertão que é todo o mundo, em alusão a Guimarães Rosa”.
(Com informações de Katya Lacerda Fernandes)