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Avanços e desafios na promoção da igualdade racial são discutidos em seminário da UFT e DPE-TO
O auditório “Defensora Pública Sueli Moleiro”, na sede da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) em Palmas, foi transformado em um palco de reflexão e debate sobre os progressos e desafios enfrentados na implementação de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial, tanto a nível nacional quanto local. Isso porque desde a última quarta-feira (22) está sendo realizado o "Seminário Luiza Bairros: Desafios e Perspectivas para Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial no Tocantins", organizado em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a Defensoria.
De acordo com a pró-reitora de Extensão da UFT, Maria Santana Milhomem, o evento é "consequência direta do aumento das discussões sobre as ações afirmativas dentro e fora da Universidade e também do fortalecimento de representações sociais como o grupo IURE”. Destaca ainda a importância da disciplina de residência pedagógica em políticas públicas promovida pelo Mestrado em Gestão de Políticas Públicas (Gespol) para a concepção e estruturação do evento.
O evento que vem reunindo uma série de vozes influentes e especialistas no assunto, em sua sessão inaugural, contou com a participação de Leonice Aparecida de Fátima Alves Pereira Mourad, representante do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e diretora de Articulação Interfederativa do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir).
Mourad traçou um panorama dos avanços alcançados até o momento, desde a criação do Ministério da Igualdade Racial, destacando, no entanto, que a jornada rumo à igualdade ainda é longa. Ela enfatizou a necessidade contínua de desenvolver políticas públicas que possam corrigir as disparidades históricas.
Já no período da tarde, os debates tiveram início com a palestra da jornalista e professora mineira Luana Tolentino, autora do livro “Sobrevivendo ao Racismo”: “Fico muito feliz em perceber que no Tocantins há abertura de espaços como esse da Defensoria para se discutir esse tema de políticas públicas de promoção da igualdade racial”.
Daniele da Silva Magalhães, da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), compartilhou as experiências da Coordenadoria de Promoção da Equidade Racial (Coopera) da DPRJ, criada em 2020 com o objetivo de combater o racismo dentro e fora da instituição.
Na ocasião, também teve a apresentação da pesquisa conduzida pela jornalista e mestre em Desenvolvimento Regional, Juliana Pontes, intitulada "Racismo Ambiental e Mineração no Quilombo Urbano de Chapada da Natividade". Pontes destacou a invasão de espaços urbanos pertencentes ao território do quilombo por uma empresa mineradora, ignorando a voz dos residentes e contrariando as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ela alertou para o risco iminente de perda do território por parte dessa população.
O seminário contou com a mediação da defensora pública Denize Souza Leite, da professora Maria Santana Ferreira dos Santos Milhomem, pró-reitora de Extensão da UFT, da professora Cleide D'Amantino e da professora de Direito Constitucional da UFT, Gleidy Braga, todas desempenhando papéis fundamentais no enriquecimento dos debates e na busca por soluções eficazes para os desafios enfrentados na promoção da igualdade racial.