Ação de extensão promove diálogo sobre violência contra a mulher no Câmpus de Miracema

Foi realizado no Câmpus de Miracema, uma parceria com a ação  de extensão dos cursos de Serviço Social e de Psicologia com a Organização Não Governamental ViraAção Cidadania e Inclusão Social, um diálogo sobre as múltiplas formas de violência contra a mulher, reunindo estudantes, docentes, a Defensoria Pública e mulheres em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa teve como proposta pedagógica promover a troca de saberes tradicionais e acadêmicos, fortalecendo o enfrentamento coletivo às violências de gênero. O evento ocorreu no dia 22 de outubro.

A defensora pública Franciana Cardoso Costa participou da roda de conversa, contribuindo para qualificar o debate. Ela destacou o papel da Defensoria Pública na defesa dos direitos das mulheres vítimas de violência e os desafios enfrentados pela rede de atendimento local.

“Essa violência atinge mulheres brancas e negras, mas para as negras é ainda pior. É uma violência que deixa marcas e consequências e está na nossa cultura. A sociedade ensina mulheres a suportar, a serem submissas, a conviver e a tolerar as violências. Isso precisa mudar. Temos que exigir que as instituições e que a rede de proteção funcionem na defesa das mulheres”, afirmou.

A defensora ressaltou ainda que “A Defensoria é uma casa do povo, para o povo, é uma instituição para acolher qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade, de violência, de violação de seus direitos. É um lugar seguro, plural e que visa atender as mulheres com dignidade, com acolhimento, com respeito. As portas da Defensoria estão abertas para todas as mulheres, independente da situação socioeconômica. Os direitos das mulheres precisam ser garantidos e esse é um dos papéis da Defensoria”.

Franciana alertou para a gravidade da situação local: “cerca de 25% dos casos criminais que tramitam no Fórum de Miracema são relacionados à violência contra a mulher”. A fala da defensora estimulou a participação ativa das mulheres presentes, que compartilharam relatos reais de violações de direitos.

Os estudantes também produziram e distribuíram materiais informativos sobre o aplicativo Salve Mulher, programas sociais, políticas públicas e a rede de proteção disponível às vítimas. Para encerrar, foi reproduzida a música “Triste, louca ou má”, do grupo Francisco, El Hombre, que serviu como instrumento de reflexão sobre a formação da identidade feminina e os papéis de gênero impostos pela sociedade.

A ação integrou a curricularização da extensão do curso de Serviço Social, por meio da disciplina CCEx Gestão, Planejamento e Projetos Sociais II, as atividades de estágio obrigatório de Núcleo Comum II do curso de Psicologia no Fórum de Miracema e o projeto de extensão “Psicologia, Arte e Políticas Públicas”. As professoras Débora de Paula Bolzan (Serviço Social) e Juliana Biazze Feitosa (Psicologia) acompanharam a atividade.

Os estudantes dos cursos de Serviço Social e Psicologia atuaram no planejamento, organização e gestão da ação, colocando em prática o aprendizado acadêmico e fortalecendo a integração entre ensino e extensão. A acadêmica Andreia Gonçalves de Araújo emocionou o público com uma poesia autoral sobre as construções sociais de gênero e seus impactos na vida das mulheres.

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