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Professor de Ciências Biológicas participará de missão científica na Antártica
O professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Fabyano Lopes, do Colegiado de Ciências Biológicas do Câmpus Porto Nacional e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ecologia e Conservação (PPGBec), embarca no dia 27 de dezembro para a 43ª edição do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). O foco da sua pesquisa é trabalhar com amostras ambientais em busca de microrganismos com potencial biotecnológico e descrever a biodiversidade desse ambiente pouco explorado.
O Proantar é uma iniciativa do governo brasileiro que visa a produção de conhecimento científico sobre a Antártica e suas relações com o sistema climático global. Desde 1982, o programa garante a presença de pesquisadores brasileiros no continente gelado.
“Desde 2020, tenho trabalhado com essas amostras e análises do ambiente antártico. Portanto, o que eu venho examinando é o grupo, do qual ele faz parte. O objetivo do grupo é realizar um levantamento da biodiversidade antártica, com ênfase nos microrganismos e também nas briófitas, que são os principais vegetais presentes nesse ambiente. Portanto, nosso objetivo é realizar um levantamento dessa biodiversidade microbiana e desses musgos, com ênfase na microbiota associada às briófitas”, afirma o professor.
Lopes faz parte do projeto BryoAntar, vinculado à Universidade de Brasília e outras instituições. O projeto tem o objetivo de coletar amostras de solo, água e ar da região antártica para realizar estudos com DNA ambiental, buscando entender os organismos presentes na localidade, principalmente as plantas, bem como aqueles que estão se deslocando para a região ou sendo introduzidos acidentalmente.
“Portanto, quando menciono a coleta dessa biodiversidade, estou me referindo não apenas à identificação dos organismos, espécies de bactérias, fungos e protistas em geral presentes nesses ambientes, mas também ao entendimento do que eles produzem para sobreviver nesse ambiente. Compreendendo o que produzem, esses produtos podem ser aplicados biotecnologicamente para produzir produtos benéficos para nós, como um composto criostático ou enzimas essenciais que possam ser empregadas no futuro. Nas indústrias de medicamentos, na agricultura e nas indústrias de alimentos", explica Lopes.
A proposta central da pesquisa é coletar amostras científicas para serem usadas como material de pesquisa nas universidades, servindo como referência para estudantes de graduação em seus trabalhos de conclusão de cursos, monografias, dissertações e teses. É crucial destacar que o Tocantins, assim como a UFT, será representado este ano.
O apoio da Marinha do Brasil e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é fundamental para a realização da pesquisa, aponta Lopes. Para ir ao ambiente antártico, é necessário um treinamento prévio, o Treinamento Pré-Antártico (TPA), realizado em agosto na ilha de Marambaia, Rio de Janeiro, onde está localizado o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (Cadim).