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Porto Nacional sedia VI Colóquio do PPGHispam e fortalece debate sobre patrimônio e memória
Nos dias 25 e 26 de setembro, a cidade de Porto Nacional foi palco do VI Colóquio do Programa de Pós-Graduação em História das Populações Amazônicas (PPGHispam), promovido pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). O evento reuniu pesquisadores, docentes e discentes para debater temas centrais relacionados à história, memórias e identidades amazônicas.
Na conferência de abertura, a professora da UFT e consultora da Unesco, Noeci Carvalho Messias, ressaltou a importância do evento como espaço de troca de conhecimento e fortalecimento do debate acadêmico. “O evento contribui na medida em que ele é um espaço de diálogo. Ontem, por exemplo, me possibilitou apresentar minha obra para muitas pessoas que ainda não conheciam”, destacou.
Para a professora, é fundamental que haja uma mobilização conjunta entre os moradores do Centro Histórico, instituições públicas e privadas em torno da preservação do patrimônio cultural de Porto Nacional. “É um projeto apoiado pela Unesco, que visa a mobilização social, um diálogo a respeito da preservação do patrimônio cultural de Porto Nacional. A ideia é construir uma gestão compartilhada e também subsidiar a elaboração de normas de preservação para a área tombada do Centro Histórico”, explicou.
No mesmo contexto, Noeci também enfatizou a importância da reedição da obra Os Sertanejos que eu conheci, de autoria do frei Francisco José Maria Audrin (1963), organizada por ela e relançada em 2024. “Tive a oportunidade de organizar essa nova edição, publicada em 2024. É uma obra que considero um verdadeiro patrimônio, tanto da história quanto da memória documental. É extremamente relevante para pesquisadores, estudantes e demais estudiosos interessados nas temáticas do sertão e suas manifestações simbólicas e culturais. É um livro que precisa ser conhecido, lido e estudado”, afirmou.
Para o professor de Direito da UFT em Arraias, Ricardo Martins Spíndola Diniz, o VI Colóquio proporcionou uma experiência valiosa para seus alunos, especialmente nas competências e habilidades esperadas de um historiador, que também são fundamentais para profissionais do Direito. “A leitura de documentos históricos exige atenção, paciência e sensibilidade aos detalhes. Não é à toa que o historiador Carlo Ginzburg, ao propor o ‘paradigma indiciário’ da história, evoca como exemplo justamente o personagem Sherlock Holmes”, explicou.
Segundo a Comissão Coordenadora do PPGHispam, espera-se que o VI Colóquio tenha um impacto positivo na trajetória acadêmica dos mestrandos, ao oferecer um ambiente propício para a troca e a discussão científica. “Acreditamos que eventos acadêmicos como este promovem o aprimoramento das pesquisas em andamento, desenvolvidas por discentes e docentes, com foco na região amazônica. Nesse contexto, a divulgação dos trabalhos, avaliados e debatidos pelos pares, juntamente com as conferências, reafirma o compromisso social da universidade, voltado tanto para os povos e comunidades tradicionais quanto para os diversos grupos que compõem o Tocantins e a Amazônia Legal.”