PEC-G: o programa que traz estudantes do exterior para universidades públicas brasileiras

Há mais de uma década, a Universidade Federal do Tocantins é parceira do Programa de Estudantes - Convênio de Graduação (PEC-G), recebendo estudantes de diversas partes do mundo para realizarem a graduação completa aqui, como forma de promoção do conhecimento e desenvolvimento técnico-científico entre os países participantes.

De acordo com o Ministério das Relações Internacionais, mais de dez mil estudantes de quase 70 países já participaram do programa. Entre eles estão Francisco Moreira da Silva e Demcy Desmond Mogagabe. 

Francisco nasceu em Angola e cursou Arquitetura e Urbanismo na UFT, entre 2015 e 2022, graças ao PEC-G. Há um ano formado e atuando na área, ele diz que todo o processo valeu a pena e conta que foi gratificante ter sido selecionado depois de passar pelas etapas de seleção e avaliação feitas pela embaixada de seu país, em parceria com o MEC.

Desmond, estudante nascido na Namíbia, está cursando Medicina no Câmpus de Palmas. Ele afirma com muita convicção que tem orgulho de estudar na UFT, desde 2016: ''Por ser imigrante, quando cheguei, eu me preocupava muito em como eu ia viver num país diferente, mas a universidade me assegurou assistência. Tem o restaurante, as linhas de ônibus, os auxílios que eu usei quando precisei trocar meu computador'', comenta. ''Sempre teve gente disposta a me ajudar: os professores, os colegas, os profissionais da assistência social e até os alunos de outros cursos'', acrescenta. ''Eu fui muito bem acolhido por todos na Universidade''.

Sobre o programa

O PEC-G foi criado oficialmente em 1965, com o intuito de oferecer a estudantes estrangeiros a oportunidade de realizar seus estudos de graduação em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras. A ideia do projeto é contribuir para a internacionalização das universidades e a difusão da cultura do Brasil pelo mundo.

O programa é administrado pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio da Divisão de Temas Educacionais, e pelo Ministério da Educação, em parceria com IES’s, em todo o país. Desde 2013, ele é regido pelo Decreto Presidencial n° 7.948, que revisou normativas anteriores e veio conferir maior força jurídica ao regulamento do programa. Pela norma, um dos objetivos do programa é auxiliar no regresso dos estudantes aos seus países de origem, de forma a contribuir com o desenvolvimento do capital humano.